Histórias

Sandra

 

A história da Sandra é bastante peculiar. Ela é Enfermeira no Hospital de Elvas e, curiosamente, foi convidada para integrar a delegação da Esclerose Múltipla (EM) de Elvas, que surgiu em novembro de 2009. Aceitando o convite como Enfermeira, acabou por ser diagnosticada com EM apenas cinco meses depois. 

Agora, Sandra relembra que os primeiros sintomas surgiram por volta dos 27 anos. Começou por ter parestesia da face, tendo recorrido à urgência, por várias vezes, com essa queixa. Infelizmente, as queixas apresentadas foram associadas a outras causas, não tendo, na altura, realizado exames para descobrir a causa subjacente. 

Posteriormente, começou a sentir alterações ao equilíbrio, mas acabou por desvalorizar, presumindo que essas alterações não se associassem a qualquer tipo de doença grave. 

Cerca de dez anos após o aparecimento dos primeiros sintomas, a sua condição agravou durante a gravidez e o período pós-parto. Foi nessa altura que surgiram os sintomas mais graves, que a levaram ao seu diagnóstico definitivo. 

Após receber o diagnóstico, Sandra destacou “Temos que fazer o nosso luto. Não há volta a dar. Podemos ser o mais positivas possíveis, mas temos que passar por essa fase. Eu precisei de passar por isso para conseguir perceber que há outras coisas piores.”

Sandra acredita que é importante passar pelo processo de luto. No entanto, é possível manter uma atitude positiva e encontrar apoio nas pessoas que a rodeiam. “É uma luta diária, mas se nós pensarmos positivo e se nos agarrarmos a tudo o que temos de bom à nossa volta, acabamos por a conseguir vencer.”, partilhou. Sandra decidiu adaptar-se à nova realidade e continua a exercer a sua profissão como enfermeira. “Não deixei de exercer a profissão que escolhi e que adoro.”, disse Sandra. 

Os desafios que enfrenta com mais regularidade prendem-se com o facto de residir no interior do país, onde tem maior dificuldade de acesso a cuidados médicos especializados. Enfrenta desafios diários, mas acredita que é possível vencer com pensamento positivo. Afirma com determinação que “A vida continua. Somos felizes na mesma, podemos ter filhos na mesma, podemos criar uma família maravilhosa na mesma, termos empregos na mesma.”

Além disso, reconhece a importância do apoio e compreensão dos outros para enfrentar as dificuldades da doença. O papel do cuidador “é um papel fulcral, porque todos nós precisamos de alguém.”

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